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Escrita Criativa / Distrações

Distrações

"Pequena, mas uma boa padaria.

-Seguinte! Bom dia, o que deseja?- A empregada de balcão surpreendeu-o.

Olhou à volta em torno de todos aqueles que lá estavam ainda há um bocado; a fila já havia sumido, já toda a gente tinha tido o seu pão.

-Estava...- Ficou meio atordoado com a súbita aparição da empregada, estava a olhar para esse seu rabo fenomenal. –  Ah...Queria 6 pães integrais.

Era apenas mais um dos muitos episódios em que era apanhado distraído a focar qualquer parte do corpo de uma bela mulher. O pior é que raramente arranjava uma resposta rápida, havia sempre um momento de hesitação antes de se desculpar com o objectivo que ali o trouxe.

Pensava diversas vezes naqueles momentos: sou vitima da minha condição, é inevitável, não controlo, simplesmente olho para as coisas boas. Quem me pode culpar de gostar de olhar; é natural nos homens. Gostava apenas de ser mais súbtil, e não este farol na procura inconsciente de barcos.

Compenetrado como estava, nem se apercebeu onde foi parar nem o que estava a fazer.

Foi subitamente interrompido.

-Boa tarde, posso-o ajudar? Estava a olhar para mim com tanta atenção que me perguntei se me conhecia, ou eu a si.

Embasbacado, perguntou-se a si mesmo quem seria esta mulher que lhe estava a oferecer a sua ajuda, até se aperceber que tinha olhado umas cinco vezes para o seu cabelo comprido, liso, castanho, com diferentes tonalidades, que varria o ar sempre que ela mudava a direcção do olhar. No entanto, ver a sua cara ainda foi pior. O cabelo tinha-lhe prendido a atenção, mas não tinha visto a cara, que realçava ainda mais o delicado jogo entre o seu aspecto delicioso e o seu gracioso cabelo. – Boa tarde – Olhou para a mesa da esplanada do café onde ela estava, não havia ninguém; talvez esteja sozinha. – Sim, pode. Podia sentar-se à mesa e tomar um café comigo. Estava a olhar somente por casualidade, estava de facto a apreciar a obra de arte  que se encontrava na sua direcção. – Sem dúvida, que bela obra de arte.

A estranha virou-se para alguém proximo dela; era uma amiga em quem ele não tinha reparado. Olhou e viu um ligeiro gracejo na sua cara. Ficou aterrorizado. Que ridículo, por que raio fui perguntar-lhe tal coisa.  Nem sequer reparei que estava acompanhada.

- Está bem, pode ser um café. Também apreciamos arte – Sorriram."

Toda a gente olha!

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