A Perdição do Investigador
“ Atirava furiosos olhares às inúmeras páginas em seu redor, pesavam-lhe os olhos e mentia-se a si mesmo: a resposta tem que estar aqui, isto tem que ser trivial, mais umas horas e está resolvido, mais... Mas as horas passavam e a resposta não surgia. Eterno aliado, o café não respondia, deixava-se beber para o ajudar; talvez lhe despoletasse uma qualquer ideia ao dar a sentir o seu sabor amargo.
No fim do dia, prometeu-se a si mesmo abandonar tudo e todos, o projecto que lhe tinha ocupado os últimos anos. Vou abandonar tudo, deixar estas folhas todas; olha para aqueles, com funções normais, bem assalariados, e eu aqui...perdido; não é vida para ninguém.
No fim do dia, prometeu-se a si mesmo abandonar tudo e todos, o projecto que lhe tinha ocupado os últimos anos. Vou abandonar tudo, deixar estas folhas todas; olha para aqueles, com funções normais, bem assalariados, e eu aqui...perdido; não é vida para ninguém.
No entanto, sentia-se alvo de uma troça do destino: a cada nova manhã, acordava com nova vontade de investigar, de acabar de vez com o raio do problema. E assim, todos os dias, instigava novas vontades contra resultados e teorias. À noite, adormecia com uma ideia em mente: Abandonar tudo, deixar ... raramente acabava a frase, e voltava a dormir.”
Esta é a perdição do investigador. Um misto de curiosidade, resiliência, de inteligência, dedicação e trabalho que combate contra a frustração, a vontade de desistir, o desalento de falhar, de quase alcançar a resposta, mas vê-la sempre escapar.
Excelente! Curto e bem escrito, boa história!
ResponderEliminarVerdade...
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